Eu via uma série que fugiu à moda das séries policiais ou passadas numa unidade de saúde e com actores conceituados, ela retratava afectos, laços. Aqueles laços que unem os membros de uma família, da força e da fragilidade dos mesmos, de como é especial o amor entre irmãos e incondicional o cuidado, o perdão de uma mãe.
_Retratou como se prepara um político de destaque, de que ingredientes se faz uma campanha para o senado, de como são as pessoas á volta dele e como é a vida de quem ama.
_Retratou homossexualidade e as diferenças nas diferentes fases da vida. Falou de adopção numa família assim e numa família “normal”.
_Retratou negócios, empresas constituídas por irmãos, dos problemas que dai advém, de uma herança familiar que parece querer ruir a qualquer momento mas que na verdade vai ficando mais forte.
_Retratou traições entre casais com filhos pequenos e irrequietos, da exaustão que isso causa e de como se constrói posteriormente uma família monoparental.
Ou de como há traições que só se descobrem muitos, muitos anos depois, quando um dos traidores já faleceu mas deixou um novo membro indesejado na sua família.
Esta série retratou a guerra no Iraque e mostrou a versão dolorosa que os americanos demoraram tanto tempo a ver.
_Retratou dificuldades de fertilidade e técnicas para a tornar possível. Mostrou a alegria e frustração desse caminho.
_Retratou o drama de uma doença cancerosa, da união que um diagnóstico assim pode gerar à volta de cada um.
Esta série retratou a inevitabilidade da paixão e de como por vezes ela acontece entre quem menos deve.
_Retratou o amor, ou a possibilidade dele na terceira idade e até mesmo a saudade de um afecto muito antigo, há anos esquecido no tempo.
Foram episódios que retrataram partidas, mas muitas muitas chegadas.
Quem viu sabe do que falo, quem não viu pode acreditar que era muito mais que isto de que falo e era interessante e cativador.
Esta série chama-se Brothers & Sisters e hoje lembrei-me.
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